terça-feira, 4 de maio de 2010

Por Deus acho que deram um tiro no pé!


Já não é de hoje que a concorrência radiofônica do Rio Grande do Sul não precisa fazer muito para superar a guerra de audiência. Estão rifando os Guaibeiros. É praticamente um desmanche seletivo de ouvintes. Existe uma tendência muito forte de transformar tudo que era realmente bom em alguma coisa que vai perdendo a definição e que teríamos de começar uma tese para tentar entender. Para que concorrência quando as próprias empresas fazem a sua internamente. Sucessivas administrações, interesses diversos de mercado e aos poucos a origem vai perdendo o foco.
Tanto se fez que conseguiram.
Acabaram com a tradição da notícia em um estado que se diz muito “politizado”.
Respeitar os ouvintes?
Que ouvintes?
Esses que se encontram obviamente mais velhos nas tabelas de estatística?
Só uma lembrança: eles ainda estão vivos. E bem chateados.
A vontade de lucrar com tudo que aparece de novidade é tão grande que o óbvio consegue cegar a lógica.
Atitudes infundadas sequelando a vida de antigos funcionários. E pior Deus tá vendo.
Acho sim que não se pode globalizar a informação em um País tão grande e diversificado como o nosso.
Agora imagina quando por mérito de um funcionário e sua qualidade profissional se consegue manter um noticiário há tantos anos no ar com a mesma confiabilidade e ainda com um custo que muito profissional incompetente da área de vendas jamais conseguiria.
E vejam apenas 10 minutos para tornar os acontecimentos do mundo em propriedade individual de cada ser humano que ligava o rádio na hora certa.
A partir de agora é bem possível que as pessoas deste Rio Grande a fora fiquem girando, girando e girando o DIAL do rádio e pensando aonde foi parar o Correspondente da Rádio Guaíba. É possível que pensem que pode ter sido algo temporário. É possível que pensem que de tão bom subliminou e passou a viajar pelas ondas invisíveis do rádio e que agora pertençam ao universo.
Por mais que procurem velhos ouvintes o correspondente agora será apenas uma lembrança que só tem quem realmente viveu ou "escutou".
Para estes ficará a lembrança boa de ter em 10 minutos por edição ou em 40 minutos por dia a noção exata e confiante do que acontecia aqui no sul no Brasil e do mundo.
Como ficará a turma sentada à beira da estrada no interior do interior do Rio Grande do Sul com o seu rádio na mão esperando a notícia da forma como ela deve ser dada. O padeiro, o sapateiro, o engenheiro, o advogado, enfim todos e até mesmo o “dono” da rádio terão de se contentar com o mesmo blábláblá que se escuta em todas as estações.
Será que avisaram “eles” que a Rádio Guaíba trabalha regionalmente e não em cadeia nacional?
Substituem as vozes encorpadas por taquaras rachadas, programas de notícias por sensacionalismo banal e claro a audiência "Balança Geral".
E atenção ouvintes não vai falar o Correspondente Renner e sabem por quê?
Porque depois de mexer no que esta bom, mudar o que esta certo, ver a audiência cair e por definitivo decidir acabar porque não tem retorno. Bom aí meus queridos e abandonados ouvintes não tem tabelinha do EXCEL que faça milagre.
Preparem os seus ouvidos e podem parar de procurar no DIAL, tanto fizeram que conseguiram. O Correspondente Renner agora só faz parte da história.
E quanto ao Milton Ferretti Jung? Bom este esta firme e forte e aos microfones dos estúdios da Caldas Júnior não fiquem tristes porque o seu velho amigo nunca vos deixará na mão!

10 comentários:

  1. I-na-cre-di-tá-vel. Ninguém nunca tem coragem de arriscar nada em rádio, e quando mexem em alguma coisa, é pra piorar! Por isso que é triste, mas cada vez mais real pra mim: daqui a pouquíssimos anos pouquíssima gente vai ouvir rádio ou ver TV aberta. Pra quê, se tu pode escolher ver e ouvir o que tu quiser na hora que quiser? As únicas coisas que ainda mantém o sentido numa escuta de rádio são justamente coisas como o finado Cor-res-pon-den-te Ren-ner! Que bosta!

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  2. Se o jornalismo perde a grande voz, o Grêmio ganha um defensor no rádio, pois nosso Mílton Ferretti Jung estará no ar, das 12h às 13h, no debate esportivo da Guaíba.

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  3. Realmente é uma pena ver o que estão fazendo com o nosso radio, ainda me lembo do meu Avô com seu radinho no ouvido, ouvindo o Grande Milton Ferretti Jung, dando as noticias que realmete interessam a população.
    Sem sombra de duvidas é uma grande falta de respeito com Guaibeiros do nosso Brasil!

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  4. Milton Ferretti Jungterça-feira, 04 maio, 2010

    Tu,o Mílton e a Jacque,que nasceram e se criaram ouvindo o pai de vocês no Correspondente Renner,estão cobertos de razão:vê-lo sair do ar foi um golpe difícil de assimilar. Seus desgostos com o infausto acontecimento ficaram estampados nos textos que tu e Mílton produziram e que me emocionaram profundamente.

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  5. O que realmente importa é que as manifestações que surgem são reflexo de alguém que marca e marcou a vida das pessoa pelo simples exercício de pronunciar as palavras escritas da forma correta e isso ninguém conseguira tirar do ar. Enquanto isso os Saltimbancos da comunicação ficam trocando talentos por Marionetes da audiência.
    Deus tá vendo!

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  6. Caro Christian, cresci ouvindo a voz segura, a dicção correta, a pronúncia precisa em qualquer idioma, a entonação culta, de um Milton Ferreti Jung, no Correspondente Renner. Mais do que a notícia e a informação, tínhamos a certeza da veracidade dos fatos, conferida por este narrador, que, graças a Deus está entre nós e estará ainda por muito tempo. Mas... e as notícias, a qualidade do jornalismo da Guaíba, sua excelência musical em FM, prá onde estará indo. Isto num Estado com a tradição e história como o nosso. Não merecemos só isto que estamos vendo (rádio, televisão e jornais). Que tempos ! Fica a esperança de que os combatentes voltem prá trincheira, os bravos que sobraram, e se organizem, quem sabe, num novo veículo, que resgate a qualidade do bom jornalismo. Quanto ao querido Milton, convido para que volte a gritar GOL GOL GOL!!!! GOL do Grêmio. Grande abraço. Pedro Luís Vargas Viegas.

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  7. Querido amigo Pedro realmente esperamos por dias melhores tratando-se do que se vê e se escuta por aí infelizmente existe uma forte tendência de acharem que o "povão" não pensa e não tem senso crítico mas te pergunto? E o que esse povão escutava antes se todos que me encontram fala com a mesma tristeza. Burro de quem pensa que se mede o nível por baixo uma comunidade só cresce com o que lhes é apresentada. Se der violência farão violência. Se der educação farão uma sociedade justa e se lhe derem boa informação terão espírito crítico.
    Agora, eles só pedem pra que rezem a sua cartilha.
    Menos mal que o Milton Jung continuará defendendo não só o Grêmio que é de praxe mas com certeza o bom futebol.

    Abração

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  8. Deixo Brecht falar por mim.

    Na primeira noite eles se aproximam e roubam uma flor do nosso jardim.
    E não dizemos nada.
    Na segunda noite, já não se escondem; pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.
    Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a luz, e,
    conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da
    garganta.
    E já não podemos dizer nada.

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  9. Eu não sei o que dizer. Estou sem chão. Estou sem referências, estou perdida. Por que massacrar os ouvintes guaibeiros? Cadê Milton Ferreti Jung? Cadê o Correspondente, o velho Renner que fazia magicamente um elo a minha infância e às minhas mais gratas recordações familiares? Cadê a velha Guaíba que arregimentava um exército de fiéis e leais ouvintes? Onde estão as belas vozes e os competentes apresentadores - trocados por repórteres como se isso fosse credencial para trabalhar na Guaíba? Adeus minha querida Guaíba!
    Teresinha Martini

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  10. Comentário publicado no blog
    http://www.sempretops.com/informacao/radio-guaiba-fm-e-am-programacao-e-frequencias/--------------------------------------------------

    Tenho 55 anos e resido há 30 em São Sebastião do Caí-RS. Sou ouvinte da Guaíba AM há mais mais de 40 anos, desde quando ainda morava em Sananduva-RS, onde nasci. Aprendi a gostar e a admirar a Guaíba desde os tempos em que os jogos de futebol eram narrados por Pedro Carneiro Pereira e Armindo Antonio Ranzolin, que, aliás, foram os melhores de todos os tempos. Lembro muito bem da programação e da locução Guaíba AM, com nomes como Flávio Alcaraz Gomes, James Bocacio, Amir Domingues, Ruy Carlos Ostermann, Sérgio Jockymann, Lauro Hagemann, Lasier Martins, Ivete Brandalise, Nabor Couto, Sérgio Schüller, Adroaldo Streck, Samuel Santos, Rogério Mendelski (que agora está de volta), Fernando Veronesi, Milton Jung (que continua lá, mas “escanteado”), Lupi Martins, Rui Strelow, Egon Bueno, Mario Mazeron (falecido), e tantos outros. Mas a característica de mais deixa saudades (inclusive na Guaíba FM, a partir de 1980), era a de que NA GUAÍBA OS LOCUTORES FALAVAM AO VIVO, sem esses malditos e insuportáveis jingles. Eram realmente emissoras diferenciadas, de primeira classe.

    Infelizmente, a partir da aquisição da Caldas Júnior pelo Sr. Renato Bastos Ribeiro, começaram as mudanças, para pior, culminando, agora, com a chegada do Grupo Record.

    A partir da aquisição pelo Grupo Record, a Rádio Guaíba FM (agora em conjunto com a AM), que era uma referência quando se tratava de música de qualidade, entrou num processo de “popularização” de sua programação, a tal ponto que agora tanto faz ouvir a Guaíba, ou a Caiçara, ou a Farroupilha, ou qualquer outra rádio “chinfrim” que dá no mesmo.

    Já na Rádio AM (agora em conjunto com a FM), também a deterioração é sensível. Basta ver os nomes dados aos programas: Ganhando o Jogo e De Salto e Tudo, só para citar dois deles. Quanto falta de criatividade!

    Entre tantos equívocos cometidos, podemos citar o afastamento do Sr. Fernando Veronesi (já falecido e talvez o maior conhecedor de música do Brasil) da programação musical e a conseqüente extinção de um dos melhores programas musicais de todos os tempos no Rádio: Noturno Guaíba. Outro equívoco foi acabar com o mais tradicional noticiário do rádio gaúcho, o Correspondente Renner (ultimamente Correspondente Guaíba Aspecir Previdência), há mais de 50 anos no ar. De quebra “escantearam”o Milton Ferretti Jung, o maior locutor de rádio ainda vivo do país.

    Para completar, inventaram ou copiaram a idéia de transmitir AM em conjunto com a FM. Ora, todo mundo sabe que cada uma das emissoras deveria ter uma proposta diferente, cada uma com seu público específico. Misturaram tudo. Agora, quem gosta de música e não gosta de futebol e entrevistas, que se dane.

    Como se não bastassem os fatos citados acima, para completar a Guaíba perdeu recentemente profissionais do porte de Gustavo Motta, Lisemara Prates, João Garcia, Haroldo de Souza, Rogério Bohlke, Jadir Oliveira, entre outros.

    Como guaibeiro que sou há mais de 40 anos, ainda tenho a esperança de que algum dia, antes que seja transformada num templo da Igreja Universal, a velha Guaíba retome ao menos em parte as características idealizadas por Breno Caldas e Alberto Pasqualini.

    Fica o consolo de que a Guaíba ainda conta com Rogério Mendelski, Edegar Schmidt, Hiltor Mombach e Juremir Machado da Silva para salvar o pouco que resta de bom na sua programação.

    Finalmente, faço um pedido aos Srs. Mendelski, Edegar, Hiltor e Juremir: O último que sair, por favor, apague a luz!




    Antonio Roque Braghirolli

    São Sebastião do Caí-RS

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