Este post foi publicado no dia 03 de maio de 2010 pelo meu querido irmão Mílton Jung em relação as últimas atitudes dos Saltimbancos da Comunicação.
A Rádio Guaíba de Porto Alegre, onde comecei a trabalhar como jornalista, anunciou na sexta-feira, dia 30 de abril, o encerramento da síntese noticiosa que estava no ar desde a fundação da emissora, em 1957. Apresentador desde 1964 do noticiário que surgiu com o nome Correspondente Renner, Milton Ferretti Jung, meu pai, consagrou-se como o locutor de notícias que por mais tempo permaneceu no ar no rádio brasileiro. Seguirá na Guaíba, onde participará como comentarista de um programa esportivo, área na qual atuou dezenas de anos na função de narrador esportivo. É para ele que escrevo o texto a seguir:
"Pai,
Tua história nos orgulha. Não apenas a nós que te conhecemos tão intimamente e aprendemos contigo. A todos que cresceram no Rio Grande ouvindo tua voz a pontuar os fatos mais marcantes do país e do mundo. Por muitos anos, cada vez que tocava a característica do saudoso Correspondente Renner, programa que se iniciou com a Rádio Guaíba de Porto Alegre, em 1957, sabíamos da importância do que viria a seguir. A seleção das notícias era criteriosa; a redação, precisa; e a locução irretocável.
A forma com que tu transmitias as informações oferecia credibilidade ao noticiário; acentos, vírgulas, indignações eram percebidos na respiração; a entonação das palavras e a pronúncia dos nomes estrangeiros davam a cada um deles o seu verdadeiro sentido. No ar, pelo rádio, uma aula a todos teus ouvintes, dentre os quais eu sempre estive.
Eu era um ouvinte privilegiado, sem dúvida. Enganado, também. Tu deves lembrar quando a mãe puxava nossa orelha em casa: “se tu não te comportares, guri, teu pai vai te dar uma bronca pelo rádio!”. O Christian, a Jacque e eu parávamos a bagunça pra ti escutar.
Faz algum tempo que o Renner, como o conhecemos, não está ao ar. Mudaram-lhe o nome, perdeu-se a qualidade do texto e a importância dos fatos. Recentemente, em erro estratégico, encurtaram-lhe as edições e desfiguraram até mesmo a tradicional característica.
Tu, não. Perseveravas no talento e na exigência com a performance. Que performance! Com as notícias, seguias a transmitir conhecimento, cultura e responsabilidade. Mantinhas vivo em nossa memória este patrimônio do rádio brasileiro, pois se o Correspondente Esso consagrou a síntese notíciosa, o Renner a eternizou nestes 53 anos dos quais 48 esteve sob tua apresentação.
Assim, a decisão da Rádio Guaíba de tirar de sua grade o Correspondente será incapaz de apagar este legado que é teu. É nosso, teus caros ouvintes, para sempre.
A nos consolar, assim que voltares das férias, o radio-jornalismo terá perdido sua mais bela e competente voz, mas o Grêmio terá ganhado um defensor ferrenho no programa de esportes do qual farás parte, na Guaíba.
sábado, 8 de maio de 2010
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Fã é assim mesmo: um ser chato, repetitivo, mas adoravelmente fiel!! Assim sou eu com relação à Guaíba e ao meu querido Milton Ferreti Jung, que me "acompanham" desde o ventre materno!
ResponderExcluirUma pena que a Guaíba dos guaibeiros já não exista mais!
Teresinha Martini
Canoas/RS