Fernando Veronezi

Morreu Fernando Veronezi. Tinha 74 anos.
Começou a carreira na Farroupilha como operador.
Em 58 transferiu-se para a Guaíba e nela permaneceu até adoecer.
Realmente os Guaibeiros não andam com muita sorte, não bastasse os atropelos da nova direção da rádio triturando a programação em nome da popularidade ainda temos de contar com estas fatalidades.
Que fique na memória destes desmemoriados novos condutores da comunicação gaúcha a história bonita deste profissional que em ordem alfabética guardava toda a discografia da rádio sabendo exatamente o conteúdo de cada viníl.
Este é o legítimo profissional que merece seu nome gravado em algum lugar importante que seja lembrado e perguntado por todos quem era Fernando Veronezi?
Esperamos que ao menos a sua cuidada discoteca seja preservada para que as futuras gerações saibam o que era uma boa programação musical com qualidade.
Regrada pela vontade do dono da rádio “Breno Caldas” as músicas só poderiam ser executadas por orquestras, clássicos da música brasileira.
Sertanejo, regionalismo ou rock, nem pensar.
E assim Veronezi foi criando essa filosofia do rádio de saber que ali estavamos sintonizados na Guaíba.
Do tempo que tinha de marcar com giz a parte do disco onde começaria a trilha do programa, Veronezi dizia ter nascido dentro de uma Vitrola.
Sim e é isso mesmo que acontece agora com a vida de Veronezi. Da mesma forma como nos ensinou a escutar e preservar boa música voltará para dentro de sua vitrola encantada que nunca mais irá parar de tocar.
Como o arquivo de vozes da antiga emissora, gravado em discos por um processo demorado em alumínio coberto nas duas faces por uma camada preta de acetato, uma agulha com resistência que gravava os sons, Veronezi será o nosso disco gravado que servirá de matriz para fazer as cópias em disco de um modelo de profissional perfeito.
Que venha a nova tecnologia a favor dos futuros programadores, mas que nunca se apague o disco da vida que Veronezi até então nos permitiu ouvir.
Fique com Deus!