Presente do dia dos Pais feito pelo Fernando! Sou o Pai Macfuca!
Cartão da Vitória de dia dos Pais! Será que eu falo muito de fuca em casa?
Olhem o retratação do Fuca que ela fez: Porta, Roda, Fuca
Parte de dentro do cartão e as palavras que ela a sua maneira escrever!
Datas e Sonhos - Dia dos Pais
Já parto das primeiras linhas fazendo a minha confissão. De tanto analisar fatos relacionados à minha existência e que também devido a estar mais velho do que o tempo em que atirava pedras do quarador de minha vó na casa do vizinho pra ver o barulho que fazia, fico alegre e deprimido mais rapidamente do que imaginava que iria ficar um dia.
Isso pra não dizer de deprimido a alegre.
Projetar futuro nunca foi o meu pensamento, mas é lógico que sempre imaginamos de forma geral que estaremos melhores do que estamos.
Crescer é se deparar com situações antagônicas.
Da infância me deparo com a imagem da minha família reunida à noite assistindo, naquele tempo, os seriados de TV que eram novidade na época. Todos sentados, seguindo a precedência de Pai, Mãe e Vó nos sofás e o segundo escalão atirado pelo tapete ou onde lhes sobrassem um espaço pra encostar a cabeça.
Kung Fu, Detetive McCloud, Columbo, Starsky & Hutch e tantos outros que surgiam nos pacotes da Globo e que eram sucesso de audiência.
Aos poucos os de maior precedência iam se apagando entre um comercial e outro com algum de seus afazeres noturnos sobre o colo. O Pai algumas vezes com um livro que lia sempre e lê até hoje, habito que infelizmente não herdei. Às vezes com o dicionário procurando o significado de palavras para o Caça-Palavras do Correio do Povo. A Mãe com os seus trabalhos manuais. Bom minha vó, mãe da minha mãe que foi morar lá em casa, já dormia desde o começo do seriado James West, aquele seriado de faroeste que o mocinho tinha uma faca na ponta do sapato. Eu achava o máximo!
Nesse tempo claro que as minhas preocupações não ocupavam o espaço que ocupam na minha maturidade. É lógico, é preciso crescer. Porém daquele manual de família a construção da imagem ficou ali gravada na minha memória como uma pintura retratando o tempo.
Aos poucos os personagens foram se dispersando. Alguns passando para o andar de cima e me deixando um vazio impreenchível. Os demais assim como eu seguiram e seguem o curso dos acontecimentos e porque não da própria sorte.
Cresci em meio a minhas idéias e vontades sempre tentando fazer o melhor da minha produção fosse ela musical, intelectual ou braçal. Hoje vocal!
Em fim chegamos ao ponto. Hoje custei a chegar ao ponto.
Dias dos Pais.
Ter Pai. Ser Pai. Gostar aprender a ter e ser.
Não tem regra e nem como saber no que vamos resultar de nossas experiências. Suprir as necessidades do velho e ser o velho a quem o filho tenta cumprir o ritual de mostrar bom desempenho.
Não é fácil essa matemática.
Tenho do meu Pai os melhores exemplos de parceria, bom profissional, paixão pelo Fusca. Engraçado pelo futebol não. Não que não goste, porém não me entrego tanto.
E ser filho é não escolher o tempo em que se vai nascer. Não se decide nada, apenas se nasce. Ter preferência é algo que também não se impõe. Ela acontece naturalmente. São afinidades, respostas imediatas as nossas perspectivas e desejos.
Talvez por isso que alguns não consigam entender os filhos de tanta expectativa de tentarem se enxergar mais novos na imagem do filho criança.
Com certeza projetei para o ano em que vivo dias bem mais tranqüilos. Mas como disse não tem regra. Acontece.
Queria poder dar mais conforto, paciência carinho e segurança para os que de mim vieram.
Não imaginei que aos quase 10 anos de idade meu filho perguntasse se de presente do dia dos Pais eu não queira que ele me pagasse uma conta. Vejam só.
Na verdade isso é um reflexo do que acabo trazendo pra dentro de casa todos os dias porque da projeção que fazia dos tempos dos seriados de TV assistidos por toda a família na sala achava que hoje em 2011 teria a tranqüilidade de estar vivendo entre os meus sem que as contas fossem ocupar o lugar do meu afeto.
E domingo estamos em mais um dia dos Pais. Dos nossos Pais, do ser Pai. O dia pra pararmos um pouco de pensar tanto em como ser tão bom Pai e simplesmente relaxar e ser Pai.
Deixar que o carvão queime na churrasqueira sem ter pressa de ver o churrasco pronto. Deixar que as contas queimem junto e não sejam presente de filho pra Pai. Tirar das costas o peso da responsabilidade e simplesmente aproveitar o dia de ser amado por alguém que sempre acaba lhe vendo como o último estágio para ser um Super Herói.
Acho que melhorei algumas coisas das que aprendi em relação a meu Pai, certamente a possibilidade de chorar de abraçar e de dizer te amo, atitudes mais difíceis de serem tomadas por Pais de tempos mais remotos. Coisas da criação.
O certo é que na idade que estou, não atingi o estágio profissional e remuneratório que imaginei ter aos 44 e por isso meu filho se preocupa em me pagar as contas. Em fim não tem regra e nem como prever o futuro. Aprender a ser bom homem não lhe garantirá tranqüilidade e sendo assim encerro esse texto com a frase do Psiquiatra
Flávio Gikovate:
É bom ter ciência dos nossos pequenos defeitos; porém, convém sermos um tanto tolerantes, pois não conseguiremos nos livrar de todos eles!
domingo, 14 de agosto de 2011
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Pássaro:
ResponderExcluirAntes de motivo de lamentação, a visão de nossos filhos sobre o que realmente é importante para nossa tranquilidade é razão de satisfação. Neste domingo, muitas crianças - pelas mãos das mães - enfrentaram o dilema de dar ao pai presente mais legal do que o do ano passado, coisa difícil para o pai-que-tem-tudo. Nesta busca, esqueceram das coisas mais simples, como o abraço apaixonado logo cedo, o beijo lambido na bochecha, um abração apertado, um momento para sentar ao lado dele e rezar junto, um instante longe de seu computador para ouvir histórias do tempo em que a família sentava diante da TV para ver o seriado preferido. Deram o presente é voltaram a cuidar da sua própria vida, como se dela não fizesse parte seu pai - sua mãe, por consequência.
O Fernando ter a sensibilidade de que mais legal do que um objeto eletrônico enrolado em papel bonito de presente é ser prático, ajudando a família a resolver mais um desafio (que pode ser uma conta, uma doença, uma tristeza), mostra bem os valores que recebeu neste tempo (pouco) de vida. E este foi o grande presente que você e sua mulher deram a ele e a Vitória. Presente que não tem data de validade nem a garantia expira, menos ainda será superado pela próxima versão da traquitana a ser lançada no mercado.
Feliz dia dos pais,
Parabéns pelo lindo texto,querido Christian. Faço minhas as belas palavras com as quais teu irmão te presenteou no nosso Dia. Um beijo (aliás,mais um).
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