quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fiscalizar, punir e educar para a vida no trânsito

Imagem do site Infojovem.org.br

Por Mílton Ferretti Jung

Em uma dessas quintas-feiras postei um texto que tratava de uma viagem que fiz com minha mulher até a praia de Tramandaí, onde temos uma casa, na qual costumamos passar parte de minhas férias de verão. Antes era possível visitá-la com alguma freqüência também nos meses frios ou, pelo menos, durante os primeiros quinze dias de março, pois aqui no Rio Grande do Sul a temperatura ainda se mantém agradável. Isso, agora, se tornou perigoso, uma vez que assaltos a residências são comuns. Arrombamentos de casas sempre foram corriqueiros no inverno, quando os veranistas retornam para suas cidades. Estes, entretanto, são praticados por ladrões locais, que somente invadem casas nas quais os proprietários não se encontram. Seja lá como for, realizar um passeio de ida e volta no mesmo dia não é problema. Só fiz o preâmbulo, porém – me desculpem os leitores – porque meu assunto de hoje está, de certa forma, ligado à viagenzinha até Tramandaí.

Impressionou-me o desrespeito aos limites de velocidade cometido, na free-way, por motoristas de caminhões, ônibus, automóveis e motos. Os veículos de grande porte não podem ultrapassar os 80 quilômetros por hora e devem se manter na faixa da esquerda da rodovia. Os demais têm licença de chegar aos 100, rodando pela direita. Li no site do Terra, no dia 8 deste mês, matéria que vai ao encontro do que observei na estrada e que resolvi imprimir para usar, oportunamente, aqui no blog. Fiquei sabendo, pela notícia, que uma das razões para que o índice de mortes no trânsito, em nosso país, seja três vezes maior do que o considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é, entre outros, a fiscalização deficiente dos órgãos que cuidam do setor em nossas estradas e nas ruas das cidades. Segundo analistas ouvidos pela BBC Brasil, enquanto aqui ocorrem, em acidentes, 18,3 mortes a cada ano, por 100 mil habitantes, na Grã-Bretanha, Suíça e Holanda, países com menor mortalidade no tráfego, este índice é inferior a 6.

O que fazer para diminuir o número desse tipo de mortes?

É certo que a educação para a vida – e o trânsito faz parte dela – começa em casa. Esta última, deveria se estender também aos colégios, porque – provérbio antigo, mas indesmentível – é de pequenino que se torce o pepino. Já fiscalização eficiente é fundamental para punir os que não seguem as regras, seja por dirigir em velocidade excessiva, seja porque se atrevem a conduzir embriagados, sem cinto de segurança, etc. Faz-se necessário, cada dia mais, garantir que os violadores das regras cumprirão as penas previstas pelo Código Nacional de Trânsito. Para tanto, as punições deveriam ser muita mais severas. Não se pode esquecer, por outro lado, as condições das rodovias brasileiras, eis que muitas deixam a desejar. Eu diria ainda, para concluir, que falta ao nosso país, inexplicavelmente (ou,quem sabe,seja explicáve?) ferrovias, sistema de transporte exemplarmente utilizado na Europa e desprezado no Brasil.

Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai. Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (meu irmão)

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