Por Milton Ferretti Jung
Sou ouvinte assíduo da primeira edição do Jornal da CBN.
Em geral, ouço o programa a partir das 8 horas ou pouco antes.
Costumo acompanhar a ancoragem do Mílton pela internet ou, quando estou dirigindo, pelo rádio do carro. Gostei muito da pergunta que os ouvintes foram instados a responder, nessa terça-feira, durante o Jornal, ou seja, qual a profissão sonhada por eles quando crianças. Nem todos chegaram, como contaram, a realizar o sonho de infância. O próprio comandante deste blog foi um deles. Confesso não me lembrar que o Mílton tivesse a pretensão de ser lateral esquerdo do Grêmio. Logo esquerdo. Afinal, ele é destro. Tenho, no entanto, absoluta certeza de que o meu filho está exercendo a profissão que lhe caiu como uma luva. Não digo mais, para não ser acusado de pai coruja. Mílton chegou a cursar a Faculdade de Educação Física, mas descobriu que poderia fazer carreira como jornalista e radialista. E acertou em cheio.
O meu sonho foi diferente. Eu queria ser aviador,talvez influenciado pelos aviões que passavam sobre a casa em que eu morava roncando forte, tanto os de dois quanto os de quatro motores, ainda movidos a hélice. A residência ficava bem próxima do Aeroporto Salgado Filho e ao descerem as aeronaves já voavam com o trem de pouso pronto para a aterrissagem. Talvez isso tenha me levado a sonhar em, um dia, estar pilotando um desses aviões. Mas, confesso, nada fiz para concretizar o meu primeiro sonho. Na minha adolescência, costumava brincar de narrar futebol quando, com os meus companheirinhos, jogávamos botão. Até descobri que podia plugar um par de fones de ouvido na entrada de toca-discos de um rádio da marca Wells,importado dos Estados Unidos pelo meu pai. E minhas narrações, para desespero dos vizinhos, passaram a contar com amplificação.
Quando tinha dezoito anos, minha experiência com microofones já havia crescido comigo. Não só soltava a voz nos alto-falantes da Voz Alegre da Colina, nas quermesses da minha paróquia, como enviava por esses aparelhos as notícias e avisos que os irmão maristas do Colégio Nossa Senhora do Rosário pediam-me que passasse para os meus colegas no momento em que entravam nas sala de aula. Minha “experiência” microfônica me levou a fazer um teste numa rádio que funcionava ainda em fase experimental, chamada Canoas, mas, apesar de ter tal nome, com estúdios em Porto Alegre. Entre 200 candidatos, três foram aprovados. Fui um deles.
Os pais também sonham que os seus filhos sejam médicos, advogados e engenheiros ou algo semelhante. O meu gostaria que eu fosse para uma faculdade de Direito. Inicialmente, pelo menos, não aprovou a minha escolha. Creio que ele teria sido um excelente advogado. Costumava assistir a julgamentos. Obrigou-se, entretanto, a se contentar com um diploma de guarda-livros, sem tempo para frequentar uma universidade, porque tinha família para sustentar. Papai acabou aceitando – e bem – a minha eleição, especialmente após perceber que eu progredira como radialista, quando fiz teste e fui aprovado para compor o quadro de locutores da Rádio Guaíba, onde estou desde 1958.
Milton Ferretti Jung é jornalista, radialista e meu pai.
Às quintas-feiras, escreve no Blog do Mílton Jung (meu irmão)
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
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