sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Seu Léo!


Mais importante de tudo o que eu ainda venha a falar deste senhor, é o fato dele ser o Pai do meu primeiro amigo da rua. Aquele que quando se dá o primeiro passo sozinho na frente de casa é ele que encontramos.
Um olhar acanhado procurando a sintonia que depois de alguns minutos ganha o universo da amizade. Dali surge as mais diversas experiências e entre algumas que me refiro estão as voltinhas de Kombi do Seu Léo. Sim, era assim, e é até hoje, como é conhecido esse senhor que domina todos os cantos do bairro onde moro e, principalmente, da minha rua. Minha rua porque sou o estilo filho problema sabe, tipo quem não foi desta para melhor. Eu, é claro, casei e continuo morando lá - diga-se de passagem, é um prato cheio para um psicólogo.
Brincadeiras à parte, o fato é que o Seu Léo é mecânico desde o meu primeiro passo na rua, aquele que me referi no início do texto. De lá, da oficina, não tinha o que não se achava. Todas as ferramentas para mexer na bicicleta, rolamentos velhos para o carrinho de lomba, a graxa, os parafusos, arame e lata para fazer desenrolador de guia de pandorga e, claro, os carros dos clientes que volta e meia esse meu grande amigo e filho do Seu Léo se encarregava de, digamos, pegar emprestado para dar uma voltinha. Eu ali do lado de navegador é lógico. É preciso dizer que o Seu Léo era proprietário de uma Kombi, aliás, foi de várias, aquelas com a folga na direção que só quem a tem consegue dirigir. Por hábito e também porque já naquela época existiam alguns malandros que sempre queriam levar o que era dos outros, não era estranho ver o Seu Léo deitado dormindo dentro da Kombi, abraçado em uma famosa “Cano Duplo” para, digamos, espantar o amigo alheio. Pois bem, normalmente, nas incursões que fazíamos pelas ruas do bairro como que fazendo testes com estes carros éramos flagrados pelo olhar sempre atento deste Senhor. Não preciso nem dizer o que acontecia depois é lógico. Eu entrava correndo pra casa e o Ricardo (filho do Seu Léo e meu grande amigo), bom com o Ricardo o bicho pegava e não era pra menos. Afinal as “voltinhas” eram sem permissão e com a idade um pouco abaixo do permitido. Coisas do tempo que criança no banco da frente era passeio de fim de semana.
Bom, se tem a frase que diz que seu carro precisa guincho, o meu precisa de um arame e alicate, esse era o lema do Seu Léo. Ficou na rua não tinha problema, era sempre ele que resolvia e de um modo ou de outro você sempre chegava em casa, o homem é ninja só não anda se levarem as rodas. O mais engraçado é que com toda a evolução da engenharia são sempre estes personagens que resolvem os problemas, porque, na verdade, no fundo mesmo, é tudo um motor com 4 rodas para levar alguém para algum lugar.
Pois é, este senhor religioso, amigo das plantas, que já plantou centenas no bairro Menino Deus, amigo de todos, jornalista da rua porque sabe tudo que se passa por lá sem falhar uma matéria, o primeiro a acorda e o último a dormir, este é o Mecânico do meu Fuca.
Não poderia ser outro se não este Senhor com um currículo que ainda tem a profissão de Taxidermista. Enquanto você escuta milhares de explicações de renomados mecânicos para um pequeno conserto, do Seu Léo você só escuta: tá pronto pode levar!

4 comentários:

  1. Mitlon Ferretti Jungsexta-feira, 02 outubro, 2009

    Acho que estou ficanfo manjado,tantas foram já minhas participações no blog do Christian. Não poderia,entretanto,deixar sem um comentário o que meu filho escreveu sobre o "Seu" Léo e os filhos dele. Trata-se uma homenagem que o homem fez por merecer: é um vizinho sempre disposto a ajudar,um mecânico de mão cheia epai de família como poucos. Valeu,Christian!

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  2. Olá, tenho um Fusca em que o número de chassis começa por LJ. Qual a diferença é a sua origem?

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  3. Duvida: o meu Fusca é 76/77(chassi BJ463383) e tem motor (1300L carburação simples) com a seguinte numeração: GO0002351. Alguém saberia me dizer a respeito?

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