E quando me dei conta o pôr do sol já estava dentro do carro
e sem perceber eu já fazia parte daquela paisagem.
Me prendi a calma do movimento lento da Estrela Central do Sistema Solar enquanto no
espelho do Rio de tom cobreado, um
barco deslizava como a acariciar o rosto da cidade.
Fiquei ali amarrado a sensação de ser parte integrante
daquele fenômeno de tão grandeosa força que esta nada mais do que a 150 milhões de quilômetros da terra.
Ao mesmo tempo tantas coisas me ocorriam tão próximas em pensamento e
neste turbilhão de imagens tantas delas eram difíceis de compreender.
Alguns acontecimentos nos últimos dias deixaram no ar um
medo de que a palavra vida apenas reserve as dificuldades que com ela se apresenta ainda que com aquele degradê do entardecer a minha frente.
Ao mesmo tempo que recebo a notícia que mais uma vez um familiar amado por todos terá de enfrentar as angústias de uma doença que insiste a levar tantos de nós, a casa do meu irmão é levada de assalto.
Não bastando isso a exposição dos filhos tendo as mãos amarradas e a boca amordaçada.
Não bastando isso a exposição dos filhos tendo as mãos amarradas e a boca amordaçada.
Em um minuto sou medo, raiva e gratidão.
Ninguém machucado, ninguém perdido.
Numa palavra de entendimento a essa estupidez das diferenças
sociais aos frágeis e indefesos surge à frase?
Quem disse que da vida não teríamos a estupidez?
Quem disse que só teríamos coisas boas?
A verdade é que somos protegidos na infância e pelo próprio
poder criativo de criança que tudo iremos produzir e com essa produção a
felicidade será sempre constante.
Depararmo-nos com realidades que destroem o nosso
imaginário é muito triste.
É como perder a inspiração no meio de uma obra de arte.
Ainda assim temos a capacidade de compreensão.
E de lá tiramos a força para entender que mesmo que nos levem os bens não nos retirarão a dignidade.
E de lá tiramos a força para entender que mesmo que nos levem os bens não nos retirarão a dignidade.
Também me sinto com as mãos amarradas por estar distante
desta cena triste que graças a Deus já passou, mas me sinto a vontade de dizer
que mesmo com o que se foi meu irmão não conseguirão te retirar o trabalho que
desempenhas, a força com que conduz a tua carreira, a alegria que distribui
para as pessoas a voz com que concretiza as tuas idéias a palavra com que
afagas o coração dos teus filhos.
E o sol foi tomando conta do interior do fusca e quando me
achei dono daquele momento ele se foi.
Olhei para o espelho do rio e o barco já havia passado e o
único reflexo era somente eu e o meu fusca.
Toca o celular! Retorno daquela viajem rápida de sentimentos
me coloco a disposição do que a vida ainda irá me fazer enfrentar.
O sol retornará amanhã.
É o vai e vem do relógio da natureza.
Eu certamente não irei amanhecer com ele. Tudo bem!
Ele já faz parte do interior do meu carro agora.
Outro dia quando seguir novamente pela margem do Rio e
estiver de bem com os meus sentimentos vou abrir a janela, e sem pressa irei
devolvê-lo ao horizonte sem fim que abraça a cidade todos os dias.
Hoje? Bom... hoje ainda estou precisando dele aqui dentro,
iluminando o espelho da minha alma que teima em se por, mas que eu....... por
mais que veja dificuldade, só penso em Amanhecer!
belo comentario cara so que quem passou por situaçoes com esta compreende o que passamos a cada momento vivemos ao mesmo tempo a beleza do nosso por do sol e as agruras desta vida mas tudo faz parte so nos resta tocar em frente e como diz o gaucho e como o patrao velho la de cima determinar
ResponderExcluirmaggiclick
Obrigado meu repórter!
ExcluirAbraço
Macfcua
Nessas horas que a gente tem certeza que deve ter um criador por trás de tudo isso, meu parabéns pelo comentário.
ResponderExcluirGrande Sandro obrigado por prestigiar o blog!Valeu
ExcluirMacfuca
É meu caro, sou seu fã.Traduziu de forma simples a maior agrura de todos nós, viventes: a finitude física. Concordo que a infância, por se só nos proteje disso. Mas que nós, adultos, sempre damos uma "forcinha" aos pequenos... Talvez, ou sempre, pelos nossos próprios medos. O espelho da sua alma, da minha, de todos nós, sempre vai refletir essa angústia. Trazer o sol pra dentro, isso sim, é uma escolha sábia e corajosa. Estamos juntos, meu caro! Abs, Tota.
ResponderExcluirEsse é o meu amigo Mineiro. Mentira que eu sou teu fã primeiro rsrsrs.
ExcluirObrigado de coração, bom te ver por aqui.
Macfuca
Meu Amigo.. valeu a pena esperar por este texto..
ResponderExcluirTu consegue com palavras expressar o que o coração ta sentindo..
Grande Abraço Irmão!!
Olha só se não é o Isma voltando ao blog rsrsrs. Obrigado Isma!
ExcluirMacfuca
Gostei muito do teu texto amigo. Muito profundo e humano. Os sentimentos realmente fluem dele. Parabéns!
ResponderExcluirAbração.
Obrigado pelas palavras Alex, forte abraço também. Macfuca
ExcluirLindo,profundo e poético esse texto que produziste e que saiu diretamente do teu grande coração. Aproveito para te desejar uma boa estada no Rio de Janeiro ao mesmo tempo em que desejo a ti e a Lúcia boa viagem de ida e volta.
ResponderExcluirObrigado Pai fico feliz que tenhas gostado do texto. Vindas de um professor das palavras é um elogio e tanto.
ExcluirBeijo
Christian