sábado, 17 de julho de 2010

Um clube de Fuscas ou um Grupo de amigos?



"Este texto é de minha autoria e foi publicado no blog do meu amigo Henrique do Fusca do Rock. A convite do próprio Henrique todos os meses faço um texto sobre qualquer assunto e envio para publicação no seu blog. Grande parceiro Fusca do Rock."

Do tempo que participo de um clube de fuca tenho tentado ver para que lado da balança estou mais inclinado.
Um clube de Fuca ou um Grupo de amigos.
Por certo o ideal seria uma balança totalmente equilibrada.
O fato que um clube por questões de sobrevivência acaba tendo de aderir a alguns preceitos que não traduzem o meu modo de pensar.
Mas são válidas.
Não que eu não entenda, mas ainda assim fico pensando pra que lado pesar.
Digo isso porque na avaliação de um clube sério que representa um grupo de apaixonados por fucas e derivados sempre será bem representado quando por veículos que chamem atenção pelo seu estado de conservação.
Relíquias guardadas pelo tempo. Carros bem cuidados e mantidos em seu estado original ou mesmo personalizados.
O fato é que ter um carro em perfeitas condições não representa necessariamente a paixão por aqueles que os tem.
Falo isso porque conheço algumas figuras que são verdadeiros adoradores de seus fuscas, porém os carros não são aqueles de parar o trânsito.
Claro a não ser quando estragam. Mas isso também acontece com os mais inteiros porque por mais inteiros sempre serão os velhinhos do trânsito.
Pessoas que guardam o carro há tempos em uma família, que não tem dinheiro para a manutenção, mas que levam a bandeira de amantes do VW para várias gerações, pessoa que usam o fuca para trabalhar e não se separam dele de maneira nenhuma.
Mesmo o carro não tendo aquela lataria lisinha, se preocupam em passar o pretinho nos pneus.
Por outro lado, lá pelas tantas, aparece um bacana com muito dinheiro no bolso e por um capricho da natureza resolve comprar aquele “placa preta” pra brincar um pouco de ter Fuca.
Não que as pessoas não possam fazê-lo, mas é neste ponto que me refiro.
Pra que lado pesa a sua balança?
O clube evidentemente quando convidado a participar de um evento convoca seus sócios para lá estarem e marcar presença.
Imagina se no dia do evento só aparecer estes que são loucos pelo carros mas que não conservam tão boa aparência.
Teriam que barrar a entrada de um verdadeiro apaixonado pela questão estética.?
Teriam de dizer tudo bem de estar no clube, mas em exposição não?
E estes que compram o carro pra curtir por um tempo? Depois deixam de achar graça, resolvem simplesmente não ir mais ao clube e vendem o carro.
Pra que lado vai a sua balança?
E um grupo de amigos que pela paixão em comum curtem o seu VW e deixam que cada um o tenha como der.
Não seria essa a metodologia ideal.
Manter a organização e se organizar com estatuto fazem sim com que um grupo tenha um conjunto de atividades pré-estabelecidas e com isso passe a existir como algo real e concreto.
Faz com que decisões de um grupo passem a orientar uma espécie de lei orgânica, assim como os clubes de automóveis antigos, que organizados conseguiram fazer com que os Placa Preta não façam a vistoria de emissão de gazes que esta apavorando os proprietários dos velhinhos.
Acho que a frente do comando de um clube é realmente difícil esta tarefa de avaliação.
Porém o que realmente deve prevalecer no meu ponto de vista é sim a paixão de cada um pelo que tem na mão.
Aquilo que lhe ocupa, que lhe da prazer.
Este desejo incontestável de se estar dentro do que determinamos para nós ser o "anti-stress": O Fuca!
Um clube, por ser um clube, tem um número maior de sócios.
Claro que entre estes e até mesmo no tempo por vezes teremos melhores e piores carros.
Eventualmente o clube irá passar por um período que os seus frequentadores não serão os de Fucas com melhor valor financeiro.
Mas acho que ainda assim, o que irá pesar na balança não será o dinheiro agregado ao estado geral do carro. O que vale é o valor do sentimento empregado em viver e respirar ao lado do seu FUCA amado.

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